Porto do Rio Hub Logístico de classe mundial

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Delmo Pinho, assessor da Presidência da Fecomércio RJ

Em 2021, o comércio global de mercadorias girou em torno de U$ 28 trilhões de dólares e parcela substancial desta troca se dá pelos portos do mundo. Neste sentido, o sistema portuário é fator determinante da inserção da economia de qualquer nação no mercado global, e no caso do Brasil, nosso comércio internacional deverá alcançar em 2022, o apreciável montante de US$ 585 bilhões entre exportações e importações.

Sabedores de que parcela substancial deste comércio de bens e serviços utiliza-se de conteineres na movimentação de cargas, a Fecomércio RJ vem dando grande atenção e sistemático apoio à contínua modernização dos Terminais de Conteineres dos portos fluminenses, bem como a facilitação do transporte de mercadorias e cargas em geral.

Assim, acompanhando uma tendência de massificação do uso de conteineres, os grandes transportadores marítimos vem priorizando em suas frotas o uso de grandes navios conteineros, capazes de proporcionar elevados ganhos de escala e eficiência, com consequente forte redução de custos e emissão de poluentes.

Neste cenário, o mercado brasileiro é expressivo entre os países em desenvolvimento, e segue na tendência de uso de navios conteineiros cada vez maiores, operando atualmente com embarcações de 336m de comprimento (LOA), 52m de boca e 15,3m de calado, e navios com 347m de LOA, 48m de boca e 15,3m de calado.

No que se refere ao principal porto conteinero fluminense, desde 2018 o Porto do Rio está apto a receber embarcações com 340m de comprimento (LOA), 48,5 m de largura (boca) e 14,6m de calado, capazes de carregar até 10.500 TEU´s (conteineres equivalentes de 20 pés), o que nos tem permitido recuperar mercados que haviam sido perdidos entre 2014 e 2017. Naquela época, por insuficiência de profundidade e largura dos canais de acesso aos terminais, que não foram dragados a tempo, o Porto não atendeu aos navios entrantes no mercado, e perdeu rotas importantes que deixaram de escalar o Porto, tirando o Rio da 2ª posição do ranking de Portos Brasileiros para a 7ª posição.

Felizmente com a dragagem de 2017/18, o Porto do Rio vem recuperando posições, mas ficou patente que tal problema não pode ser repetido, vez que é fácil perder mercados, negócios, emprego e renda, e depois leva-se muito tempo para recuperá-los.

Ocorre que há cerca de 3 anos, os armadores internacionais apontam que brevemente uma nova geração de grandes conteineiros deverá frequentar nossos portos, desta vez com navios de 366m de comprimento (LOA), 52m de largura (boca) e 15,3m de calado, com até 14.000 TEU´s de capacidade, que são 35% maiores que a classe hoje em uso.

Assim considerando que a infraestrutura terrestre do Porto já está adequada, é fundamental que os canais de acesso e bacia de evolução que atendem os Terminais de Conteineres sejam urgentemente dragados (aprofundados e alargados), de forma a ampliar a capacidade do Porto, e permitir a captura de novos e promissores mercados, o que permitirá duplicar nossa participação no mercado, o que se traduzirá na geração de novos negócios, emprego e renda, num ciclo virtuoso.

De forma a receber os Navios da Classe 366, a comunidade marítima e portuária do Rio de Janeiro vem trabalhando de forma conjugada, o que nos permitiu dispor de todos os estudos e projetos para realização de nova dragagens, inclusive da Licença Ambiental (LI) e dos Termos de Referência para Licitação das obras.

Cabe destacar que no cenário nacional, o Porto do Rio possui privilegiada característica geográfica para atender os Navios da Classe 366, por ser o primeiro porto do país na chegada do exterior, e o último na saída, dentre os principais portos brasileiros, além de contar com o mais extenso cais contínuo para conteineros da costa brasileira, com mais de 2km de extensão, o que lhe confere a capacidade de atracar várias embarcações de grande porte e simultaneamente navios alimentadores, ou seja posição natural para um Porto Concentrador de Cargas (Hub Port).

Assim, como próximos e derradeiros passos, a referida obra de dragagem estimada em R$ 190 milhões e para a qual existem recursos próprios da CDRJ, deve ser licitada e concluída até fins de 2023, dando condições do Rio sair na frente de seus concorrentes e capturar mercados ainda mais promissores.

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