A importância de uma estrutura de logística e o exemplo dos apps de delivery

Compartilhe:

Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio RJ

Por Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio RJ

É fato que, em alguma medida, todo comércio terá alguma interação com o online. Alguns estão mais avançados, outros menos – e a pandemia só serviu para escancarar e acelerar essa interação entre o comércio tradicional offline e o virtual. Mas a transição para o online ou o “phygital” (físico + digital), como gostam de dizer os americanos, nos mostram que, hoje, há novos elementos para o comerciante e prestador de serviço do que simplesmente focar em seu produto. Preço e qualidade não são, necessariamente, os únicos elementos para a tomada de decisão do consumidor. Uma nova palavra se insere como elemento fundamental: logística.

Um caso que exemplifica bem esse avanço da logística como elemento diferenciador de um negócio é a estratégia de players como os apps de restaurantes, supermercados e farmácias, que buscam, cada vez mais, garantir entregas expressas, em 10, 15 minutos.

Tomemos o exemplo hipotético de um mercado ou farmácia que topa oferecer esse serviço super-rápido: é preciso ter equipe muito bem treinada; estoque com tecnologia para não oferecer um item indisponível; local apropriado para organizar e repassar os produtos rapidamente a um motoboy; assim como uma solução tecnológica que garanta acesso a motoboys perto suficiente para fazer todos os deslocamentos e coletas no tempo prometido. Não é pouca coisa.

Mas é justamente isso que pode definir a compra do consumidor, sobretudo por impulso (ou pressa, claro). A mesma lógica vale, em alguma medida, para a venda de uma roupa com entrega no mesmo dia ou eletrodoméstico em uma semana.

Segundo o índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital, houve uma alta de 17,22% nas compras online em janeiro deste ano, na região Sudeste, na comparação com janeiro de 2021. No Brasil, essa alta se revela ainda maior (20,56%).

A jornada do usuário, expressão tão em voga no universo dos aplicativos, carrega um significado interessante nesse contexto: logística é o que define o grau de sucesso entre a oferta de um produto e o recebimento dele pelo comprador, em sua casa.

Vale a pena ter uma frota dedicada de motoboys? Vale montar uma operação exclusiva de delivery, segregada da operação tradicional? Como aliar rapidez de entrega com respeito a procedimentos trabalhistas? São perguntas que podem (e devem!) estar girando na cabeça de um varejista online neste momento.

A urgência que os consumidores veem em seus pedidos de entrega deve ser proporcional à urgência que os varejistas devem ter em aprimorar sua estrutura logística para atender essa escalada do comércio online.

Leia mais

Rolar para cima