Consistência: a palavra-chave para a economia do Rio em 2025

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Por Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente da Fecomércio RJ

A chegada de 2025 traz uma a pergunta “O que esperar da economia para esse ano?”. No estado do Rio de Janeiro, dados recentes indicam sinais que, de um lado, mostram um mercado de trabalho fraco na comparação com o resto do país, mas, por outro, uma força muito grande em relação à atividade econômica.

Estamos completando uma década da turbulência econômica e instabilidade política que mostrou sua força destrutiva na virada de 2014 para 2015. O Rio vem se recuperando, mas que tipo de recuperação é essa? É um boom que se revelará um crescimento econômico não sustentável ou é, de fato, uma retomada firme que traz consigo a confiança do empresariado e dos investidores para o longo prazo? A chave é identificar sinais de consistência.

Um dos elementos da economia real é o emprego. Dados do Ministério do Trabalho mostram que, entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o Rio foi o estado do Sudeste que, proporcionalmente, mais aumentou o número de empregados: 4,36%, ou 162 mil novos postos gerados.

Comparado com outras regiões do país, porém, ficamos atrás de muitos estados. No acumulado do ano (janeiro a outubro), esse dado negativo torna-se mais preocupante. A alta de vagas (3,99%) representa a terceira menor taxa de todo o Brasil. É um cenário contrastante, e a informalidade impulsionada pela crise pode estar ainda se refletindo nisso. De qualquer modo, vale lembrar que, em 2020, o Rio foi o estado com a menor geração líquida de empregos. Há uma recuperação em curso, portanto.

Seria isso, então, sinal de voo de galinha? Acreditamos que não. Os dados mais recentes do Índice de Atividade Econômica do Banco Central mostram que o Rio acompanha o ritmo nacional, que é acelerado, com acúmulo de 3,44% entre novembro de 2023 e outubro deste ano (nacionalmente, 3,4%). Na Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, os dados vão na mesma linha: 3,5% de alta entre janeiro e outubro, acima dos 3,2% registrados nacionalmente.

A isso soma-se outra faceta da economia real, a arrecadação de ICMS, que aponta a vitalidade do varejo e dos serviços. O Rio experimenta, neste ano, um salto de 8,43% na comparação com o ano passado. A perspectiva futura aqui é muito otimista, com melhoria das condições para o florescimento do turismo, que, para nós fluminenses, é o novo petróleo.

Temos aqui no Rio, portanto, elementos para olhar 2025 com otimismo. Não temos ainda pujança, mas estamos no caminho da consistência. A lição da crise deve estar sempre na memória: economia forte é economia consistente. É isso que vai gerar os empregos de qualidade, a segurança para os trabalhadores e o terreno estável para o desenvolvimento da atividade empresarial.

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