O prolongamento das restrições e do isolamento social na quarentena motivada pelo novo coronavírus (COVID-19) vem afetando fortemente a economia nacional e mais severamente a já fragilizada atividade econômica fluminense. Para entender melhor os impactos nos setores de comércio e serviços, o IFec RJ realizou um levantamento com 470 empresários do estado do Rio de Janeiro, nos dias 02 e 03 de junho.
O estudo consultou se os empresários pretendem buscar crédito junto a alguma instituição financeira no mês de junho, em função dos impactos da quarentena nos negócios. A sondagem mostrou que 38,7% dos empresários do setor necessitam buscar algum tipo de crédito. Dito de outra forma, 4 em 10 empresários do setor planejam ir a alguma instituição financeira para tomar recursos emprestados.
Diante do percentual de empresários que não devem procurar por crédito, o IFec RJ buscou entender os motivos pelos quais não projetam tomar essa decisão. Para 32,3% dos consultados, não faz sentido tomar dinheiro emprestado se eles não têm confiança de que vão sobreviver à crise. Outros 14% precisam, mas estão inadimplentes; e 10,4% necessitam, mas acreditam que as taxas de juros são altas. Cerca de 9,1% disseram precisar, mas que não gostam de tomar dinheiro emprestado; e 7,9% veem excesso de burocracia para tomada de empréstimo. Apenas 19,5% dos pesquisados informaram não precisar de crédito, uma vez que suas empresas estão saudáveis.
“A demora do governo federal em disponibilizar linhas de crédito acessíveis para micro e pequenas empresas acaba por inflar o número de empresas que precisam de recursos, mas não o tomam por medo de não conseguirem sobreviver. Houvesse linhas de crédito mais baratas, o risco de tomar crédito e depois não conseguir pagá-lo seria menor, e portanto, seria também menor o número de empresários que hoje não tomam recursos com medo de não sobreviverem”, destaca João Gomes, diretor do IFec RJ.
Existe a expectativa de que o PRONAMPE, programa de crédito direcionado para micro e pequenas empresas, já esteja sendo operado pelos bancos comerciais nas próximas semanas.