Após um recente período onde o comércio de bens, serviços e turismo esteve fechado por mais de 100 dias, é com grande preocupação que o setor vê a possibilidade de um novo lockdown. Dados obtidos pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio RJ (IFec RJ) apontam que o setor não suporta um novo fechamento.
Buscando corroborar com as medidas de enfrentamento e combate ao coronavírus, a Fecomércio RJ divulgou, no último dia 19, a adoção de medidas que garantam a saúde, sem, entretanto, inviabilizar as empresas e causar prejuízo à renda da população. O Governador Claudio Castro demonstrou atenção às sugestões e convocou, no sábado (dia 20), reunião com representantes dos setores produtivos, anunciando, na sequência, medidas mais flexíveis que um lockdown, viabilizando um funcionamento intermediário que preserva a sobrevivência das empresas.
Na segunda-feira (22), após o anúncio pelas Prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói de medidas extremamente restritivas em relação ao funcionamento do comércio, a Fecomércio RJ divulgou nova mensagem ressaltando que essas decisões precisam vir acompanhadas de ações compensatórias para que as empresas possam manter suas operações e preservar os empregos. “As empresas não podem ser tratadas como ilhas de prosperidade que se sustentam com as portas fechadas”, ressaltou Antonio Queiroz.
A Federação destacou que 40% da mão de obra que trabalha no Rio de Janeiro é informal. Não é fiscalizada. Ou seja, a medida afeta somente os negócios formais, que geram empregos e pagam impostos. Dados do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) mostram que, de 2014 para 2021, a informalidade cresceu cinco vezes.
A Fecomércio RJ pontua, ainda, que, sem medidas compensatórias, qualquer ação de fechamento terá como resultado um grande impacto negativo e o encerramento das atividades de muitas empresas. Entre as medidas mais urgentes apresentadas pela Federação do Comércio estão a ampliação do horário de funcionamento do comércio, para diluir o fluxo de pessoas, e, em paralelo, o aumento da oferta de transporte público para evitar aglomerações.
A implementação de uma medida extrema como o lockdown, de forma isolada, não garante a contenção da contaminação da doença. Quais as medidas a serem efetivamente implementadas no combate à Covid-19 durante o período de restrição máxima, a fim de evitar outros fechamentos e garantir segurança no dia a dia da população? Serão abertos novos leitos para atendimento dos infectados? Será aumentada a capacidade de vacinação da população?
“Caso esse período de fechamento seja de fato adotado, defendemos que esses 10 dias viabilizem novas medidas para atenuar a contaminação, para melhoria do atendimento médico à população, assim como ampliação dos leitos nas unidades hospitalares, ampliação da vacinação e estruturação de um transporte público que atenda melhor à população no retorno às atividades em 05 de abril”, destaca o presidente da Fecomércio RJ.
O setor defende a implantação de controle sanitário ainda mais rígido, que garanta o exercício da atividade econômica, sem prejuízo à saúde pública, com destaque para a criação de protocolos sanitários mais rigorosos, que incluam:
No caso da confirmação do fechamento no período de 26 de março a 04 de abril, é fundamental que a medida esteja atrelada à outras que apoiem os setores produtivos, garantindo o pagamento de salários, a sobrevivência das empresas e a arrecadação dos tributos.
Seguem os pontos defendidos pela Fecomércio RJ:
A Fecomércio RJ permanece à disposição das autoridades públicas para contribuir na construção de medidas de enfrentamento que possam atenuar o aumento do contágio do coronavírus, garantindo a subsistência de todos.