A Fecomércio RJ sediou, na última segunda-feira (dia 16), no auditório da sede, no Flamengo, um dia de palestras sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, voltada para seu público interno e também aos sindicatos. O presidente Antonio Florencio de Queiroz Junior destacou a iniciativa na abertura do evento. “Agradeço a todos os palestrantes por compartilharem conosco seus conhecimentos. É difícil começarmos do zero, mas sei que a Inteligência e a capacidade dos colaboradores envolvidos vão nos ajudar a entrar nessa nova era. O mundo passou por diversas transformações e revoluções. Essa revolução dos dados é bem mais complicada, pois não tem limites nem paredes. Os desafios fazem parte do nosso dia a dia”, enfatizou.
A consultora jurídica da Fecomércio RJ, Dra. Jacqueline Lippi, participou do encontro. “A LGPD é um grande desafio. Já nos tornamos números, mas por trás de cada dado tem um ser humano. Estamos aqui protegendo vocês através de garantias constitucionais a todos os seres humanos. Quando as dúvidas surgem é que começamos a andar para frente”, esclareceu a advogada.
A professora Voila Bonfim foi a primeira convidada a explanar os aspectos desta lei. “Toda informação sempre foi valiosa e teve valoração econômica. Com a internet, a informação corre muito mais rápido. Estamos vivenciando a quarta revolução industrial. Hoje, a economia é dirigida pela informação. Quem tem mais dados, tem mais poder. A LGPD vem para dizer algo óbvio: quem é o dono da informação é o titular do dado”, explicou.
O juiz do Trabalho Iuri Pinheiro abordou os aspectos dessa lei e deu um exemplo do caso iFood. “Esta e outras plataformas de entrega mapeavam os hábitos alimentares de cada cliente e para onde as entregas iam. Por exemplo: em qual bairro há mais pedidos de comida japonesa? O iFood via onde tinha carência e demanda, e aí montava um restaurante, o que fazia com que quebrasse outros estabelecimentos do mesmo ramo, criando uma concorrência desleal”, comentou.
O advogado Raphael Miziara ressaltou o impacto da LGPD no setor do comércio. “A lei foi motivada por questões econômicas. O comércio está num campo de batalha, pois lida com dados dos consumidores e dos fornecedores. Não podemos impedir o avanço da tecnologia e da internet. A LGPD pretende estabelecer parâmetros e requisitos para que o comerciante possa coletar dados de seus consumidores. Queremos compartilhar como é possível ter cuidado na proteção de dados”, concluiu.