Desde o último dia 08, a Fecomércio RJ vem promovendo, em seu canal no Youtube, Lives com o tema “Os desafios da retomada do comércio”. Nessa quarta-feira (dia 15), a pauta teve foco em roubo de carga e produtos piratas, bases em que se apoia o comércio informal, um dos principais problemas que penaliza os empresários e a sociedade desde os anos 90.
Com mediação do jornalista e apresentador Sidney Rezende, participaram do encontro virtual Felipe Antônio Terrezo, presidente do Sincofarma Rio; Jorge Luiz das Neves Morais, presidente do Sincomac RJ; além de Vinicius Crespo, advogado da Fecomércio RJ.
“O roubo de carga é um ponto extremamente sensível, pois existe uma banalização do crime de receptação. Além disso, a sociedade não considera esse ato como hediondo, porém é um crime lesivo à economia do estado. Estamos falando, também, de latrocínio, de chefe de família com arma na cabeça, além da violência econômica. Queremos que a lei seja cumprida para todos. O setor empresarial precisa ser ouvido, quem conhece a ponta e fomenta a economia do estado somos nós”, destacou Vinicius Crespo.
O diretor Felipe Terrezo também apresentou seu ponto de vista sobre o assunto. “Nós temos na Fecomércio RJ o respaldo técnico para avançarmos em temas assim. A pirataria nos remédios é pior ainda, pois tem gente que compra remédio no camelô, porém está comprando um placebo. Existem pessoas morrendo porque estão comprando remédio falso ou sendo assaltadas nas distribuidoras. Muito mais do que uma união de toda a sociedade que dirige o comércio, precisamos de uma campanha para que as autoridades tomem as atitudes necessárias e, também, para mostrar à população os malefícios que o produto pirateado tem, que além de deixar os cofres públicos vazios, o remédio pode causar muito mal à saúde. Temos, também, que encontrar um caminho de convencimento da sociedade. A fiscalização em farmácias não acontece em áreas de risco, por exemplo. Precisamos trazer o judiciário para entender o comércio, a indústria”, desabafou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos.
Jorge Luiz das Neves enfatizou o impacto do roubo de carga na sociedade como um todo. “Existe uma ideia equivocada quando as pessoas compram produtos ilegais por um preço mais barato. Em função da baixa letalidade relacionada ao roubo de carga, as pessoas não dão a devida atenção para esse tipo de crime. Toda vez que um empresário tem a carga subtraída, nem sempre o seguro cobre, existe o retrabalho de processamento da mercadoria, enfim, uma série de impactos. Quem mais perde, nesse caso, é o estado do Rio, no que diz respeito à arrecadação. Em 2017, tivemos o auge de roubo de carga no estado. Qual é o empresário que pensa em montar um negócio dentro de um estado em que mais de mil cargas são roubadas em um mês? Por isso, perdemos também investimentos. É preciso conscientizarmos a sociedade e termos um comitê permanente para esse assunto, com a participação dos entes federativos, já que boa parte das cargas são roubadas em rodovias federais, trazendo as Polícias Civil, Federal, Militar, Prefeituras, fiscalizando o comércio ambulante, e uma bancada federal para movimentar esse pleito. O momento é oportuno para conseguirmos dar essa virada no estado do Rio. Temos que ficar atentos também à burocracia das leis para quem quer empreender”, defendeu o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista Materiais Construção do Município do Rio de Janeiro.
A programação de Lives da Fecomércio RJ segue às quartas-feiras, até o dia 29 de julho, sempre às 18h, com a participação de empresários e líderes do setor do comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro.