IBC – Agosto/2021

O Índice de Crescimento Econômico medido pelo Banco Central apresentou em agosto recuo de 0,15% para o Brasil na série sem sazonalidade, primeira variação negativa após três meses de crescimento.

O dado surpreendeu o mercado que esperava redução de menor consistência, no valor de 0,05%. O resultado está de acordo com a queda vista na PMC (-3,1%) mercado e a desaceleração da PMS (0,5%), em relação ao mês anterior com ajuste sazonal. Além disso, também houve uma reavaliação do resultado positivo de junho,
que levou a uma redução do crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior para 0,23%.

Apesar desses números, o índice também revela que o pior da crise econômica causada pela covid-19 já passou: em relação ao mesmo mês do ano anterior, o índice teve crescimento de 4,74% e para o mesmo período, o IBC-Br acumula no ano 6,58% em relação a 2020. Sendo assim, o índice está próximo de superar o patamar pré- pandemia.

No estado do Rio de Janeiro, o resultado foi positivo: a atividade regional registrou aumento de 0,16% na série sem sazonalidade. Desde março, o índice para o ERJ apresenta crescimento e sempre superior ao valor nacional.

A divergência no resultado do IBC pode ser explicada pela análise da trajetória em 2020, no qual o Rio de Janeiro ainda tinha quedas no final do ano. Já o Brasil havia iniciado o processo de recuperação econômica na segunda metade de 2020,
começando 2021 próximo do patamar pré-pandemia. Sendo assim, a retomada fluminense está concentrada em 2021, com favorecimento do desempenho do índice de atividade, o que não acontece para o Brasil.

Esse padrão não é verificado na PMS e na PMC, nas quais o estado performa sempre abaixo do Brasil, inclusive com quedas recentes mais acentuadas – no valor de 2,2% para a PMC e 0,4% para a PMS em relação ao mês anterior em agosto na série com ajuste sazonal. Ainda assim, todos esses indicadores apontam para a superação da pandemia, com crescimento entre janeiro e agosto no período de 2,72% em relação ao ano anterior no IBC-RJ.

Para os próximos meses, apesar da oportunidade de crescimento devido aproximação da vacinação completa, será necessário avaliar a trajetória da inflação e seu efeito sobre a taxa de juros. Com isso, a expectativa do mercado é que a alta da taxa Selic persistirá em 2022, cujos efeitos sobre a economia vamos observar de perto.
Por fim, a pesquisa visão do empresário realizada pelo IFec-RJ registrou patamar recorde para situação presente em outubro. Dessa forma, pode-se esperar um bom desempenho para o crescimento econômico fluminense futuro.

Rolar para cima