Duas equipes de alunos de pós-graduação e uma aluna do curso de Hotelaria da Faculdade Senac RJ se classificaram para a final do Hacking.Help 2020, maratona hacker online realizada pelo Hacking.Rio no fim de semana de 22 a 24 de maio. O desafio foi desenvolver soluções para os problemas que a sociedade enfrenta como resultado da crise do Covid-19. Sete estudantes da especialização em Big Data e da Pós-Graduação em Engenharia de Software e uma aluna de Hotelaria, divididos em três times, criaram aplicações para a área de saúde. As equipes ficaram entre os 36 finalistas do evento, que contou com a participação de times de vários países do mundo, entre as nações da comunidade de língua portuguesa.
“Os participantes tiveram 48 horas para apresentar um protótipo a partir de problemas propostos pelo Hacking.Help relacionados à Covid-19, mas em uma abordagem ampla. Eram problemas difíceis e os alunos tiveram que desenvolver tudo online, cada participante em sua casa obedecendo a quarentena, o que aumentou a complexidade e foi, sem dúvida, o maior desafio. Estamos muito satisfeitos com o resultado alcançado e com os projetos apresentados, já que ambos cumpriram muito bem todos os requisitos e têm viabilidade técnica. Como toda maratona, o importante não é o resultado final mas sim completar a prova e o que se aprende ao longo dela”, avalia o coordenador da Faculdade Senac RJ e orientador dos times da pós-graduação, Clayton Chagas.
As duas equipes do Senac RJ desenvolveram aplicativos com versão mobile e para desktop que visam solucionar problemas na área de saúde. Criado pelo time Senatec, o aplicativo “Onde tem leito?” auxilia pacientes com Covid-19 ou com sintomas graves de outras doenças a identificar leitos de UTI disponíveis. Por meio da geolocalização, a ferramenta mostra leitos existentes em hospitais públicos e privados, permitindo ao paciente filtrar a pesquisa por tipo de leito, bairro e tipo de administração.
“Já é a terceira vez que participo de um evento do tipo, mas online foi a primeira vez e esse foi o principal desafio. Tivemos que trocar ideias o tempo todo de forma remota em muitos canais, e essa comunicação foi fundamental para alinhar todos os pontos do projeto. Foi bem tenso mas o resultado foi muito positivo. Levantamos dados sobre esse problema da disponibilidade de leitos que ocorre não apenas por causa do Coronavírus. Conseguir leitos é burocrático, mas a doença não espera. Seria ótimo se conseguirmos implementar esse projeto e auxiliar os pacientes, juntamente com os médicos que os acompanham, a saber os hospitais da região que têm leitos para ter atendimentos de emergência”, afirma a líder do time Ana Carolina Braga.
Já o desafio do time Senac Rio Saúde 1 era garantir que os profissionais de saúde dos postos e prontos-socorros públicos continuassem atentos aos sintomas do câncer infantojuvenil mesmo no contexto da pandemia de Covid-19. O aplicativo “Saúde Kids” é uma solução para triagem remota de crianças com suspeita de câncer sem que eles tenham necessidade de sair de casa. Por meio de um questionário online baseado no protocolo de diagnóstico precoce do câncer pediátrico do Ministério da Saúde, a aplicação web faz uma análise preditiva que indica o grau de risco do paciente e os dados são enviados para equipe médica e paciente.
“Foi a primeira vez que participei de uma maratona hacker e o desafio foi muito engrandecedor. Conheci novas ferramentas e tecnologias e tivemos uma boa experiência de trabalho em equipe em que, apesar de estarmos isolados na quarentena, conseguimos extrair o melhor de cada membro da equipe para formar um time multidisciplinar”, afirma o líder da equipe, Ricardo Reis.
A aluna de Hotelaria da Faculdade Senac RJ, Maria Julia dos Santos, também integrou uma equipe finalista. O time Cardel Pintado desenvolveu o “CanTrainee”, uma plataforma web para formação e treinamento de profissionais em saúde visando maior assertividade no reconhecimento de prováveis casos de câncer infantojuvenil. Por meio de uma metodologia gamificada, os usuários poderão ter contato com personas que irão traduzir de forma empática as condições e situações vividas por cada paciente.