O índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias no Rio de Janeiro (ICF/RJ) registrou, em junho, queda de 4,4 pontos frente a maio de 2019, materializando o processo de desaceleração iniciado em fevereiro, e atingiu 91,3 pontos. Desta forma, o índice aprofunda o desempenho fraco verificado no mês passado, e cai em junho 3,3 pontos. Essa é a terceira baixa consecutiva observada no comparativo mês contra mês anterior, após a eleição do presidencial.
A redução, no entanto, acontece a uma velocidade inferior ao crescimento do índice observado a partir da eleição presidencial. É possível atribuir essa trajetória à frustração do desempenho da economia brasileira em 2019. Como exemplo, podemos citar as expectativas do Mercado™ para o PIB, que no primeiro relatório de janeiro previam crescimento de 2,53%, número que recuou para 0,82% no último relatório, de 5 de julho.
Entre os itens pesquisados, o que apresentou a maior queda foi perspectiva profissional, com -9 pontos. Esse é um importante sinal de expectativa de prolongamento da alta taxa de desocupação, que atinge 15,3% segundo a PNAD Contínua para o primeiro trimestre de 2019. Em última instância, se supusermos que as expectativas dos agentes estão ancoradas na realidade, é bastante razoável imaginar que a recuperação levará mais tempo que o esperado há alguns meses.
O consumo apresenta uma dinâmica interessante: como é possível observar abaixo, o consumo atual e a perspectiva de consumo tendem a seguir trajetória similar. Entretanto, a onda de otimismo ao fim de 2018 elevou as expectativas e a frustração pode ser observada pela reaproximação das séries.
No item momento para duráveis tem sido importante há bastante tempo para a redução da média que compõe o ICF. Como exemplo, ao retirarmos este item, teríamos índice de 83,9, não de 79,7. Sendo assim, poderíamos imaginar que uma eventual flexibilização no crédito pode ser relevante para o consumo das famílias, uma vez que este item depende razoavelmente